domingo, 1 de agosto de 2010

O problema é o “guardião”

Tem aproximadamente três anos que acompanho o périplo de um empresário ponta grossense, na luta pela reforma do Aeroporto Sant´ana em Ponta Grossa.

Piloto com vasta experiência decidiu implantar em Ponta Grossa uma empresa aérea para fazer a linha Ponta Grossa x São Paulo, diariamente, e me pediu opinião a respeito de quem deveria procurar na Prefeitura para verificar a possibilidade das obras necessárias no Aeroporto.

Secretaria de Indústria e Comércio foi minha indicação, pois se falava na construção, desde a época do Jocelito quando o Herculano era Secretário, de um Aeroporto lá pelos lados do Taquari dos Polacos e também se falou na região do Botuquara.

Foi ele conversar com a então Secretária, Liliana Tavarnaro. Foi muito bem recebido, mas ele precisava apresentar valores de quanto seria gasto na reforma.

Sugeri a ele que montasse um Projeto de Viabilidade Econômica do seu negócio, além dos orçamentos necessários para a reforma no Aeroporto. Isso ele fez muito bem, inclusive apresentando junto com os orçamentos, linhas de financiamentos federais destinadas para Aeroportos que poderiam ser viabilizadas pela Prefeitura. Essas linhas de crédito, algumas até a fundo perdido, foram enviadas para diversas localidades do País, inclusive para o Paraná e até para o Aeroporto de Castro, pelo Governo Federal, mas para Ponta Grossa não havia pedido nenhum e, portanto nada veio.

Os orçamentos para a reforma necessária, na época feitos com empresas locais, não ultrapassavam a casa dos 500 mil reais, isso para deixar o Aeroporto em plenas condições de operação com vôos noturnos, alguns orçamentos até na faixa de 350 mil que representa menos de 0,10% do orçamento anual da Prefeitura de Ponta Grossa.

E porque vôo noturno? Porque evidentemente o empresário que vai daqui a São Paulo tratar de negócios, não quer sair de lá 17 horas e sim aproveitar ao máximo o tempo que poderá permanecer lá.

No seu Projeto de Viabilidade o empresário visitou dezenas de empresas da cidade e mesmo sem contar com a região, o negócio é viável. Pegou até cartas de compromisso de empresas de que se a empresa entrasse em funcionamento, elas teriam interesse em voar com a empresa dele.

Retornando a prefeitura com todos os orçamentos e informações sobre todas as possibilidades positivas de se fazer as obras no Aeroporto, se reuniu com a Secretária que lhe indagou então! E quem vai pagar o “guardião”? O empresário achou que se tratava de uma brincadeira e perguntou – “que guardião”? E para a surpresa dele o assunto era sério.

Ela precisava que alguém bancasse a segurança do Aeroporto, principalmente no horário noturno que era quando os “gatunos” furtavam as lâmpadas e as fiações da iluminação da pista. O empresário então, decepcionado, deixou na gaveta o projeto por falta de “guardião”.

Quando mudou a secretária, novamente o empresário me procurou e perguntou se eu conhecia o novo Secretário de Indústria e Comércio e eu sabia que quem tinha assumido o cargo era o Kovaleski que foi Secretário de Qualificação de Costureiras da Prefeitura. Indiquei então ao empresário que conversasse como Kovaleski, mas a história do “guardião” continuava a mesma.

Resolvi então entrar no “circuito” e marquei uma reunião no final do ano passado com o Presidente da Câmara de Vereadores que na época ainda era o Mainardes. Levei o empresário junto comigo e conversamos por quase 1 hora, mostramos tudo o que tínhamos de informação e ele ficou encarregado de levar adiante o processo e prometeu uma reunião com o Executivo Municipal.

Sugeri até que a câmara não devolvesse a sua sobra orçamentária, como fizeram em outros tempos quando construíram a Avenida dos Vereadores (destruída depois pelo Prefeito com a construção da Arena), mas o Presidente Mainardes afirmou que seria mais demorado do que falar direto com o Prefeito. Até hoje essa reunião não foi marcada pelo Mainardes e ele nem é mais o Presidente da casa.

Fui atrás então de uma pessoa próxima do Prefeito, daqueles que entram na sala dele sem bater, o Vereador Edilson Fogaça. Conversei 10 minutos com ele, e imediatamente fomos para a sala do Prefeito sem agenda, sem avisar, pois o vereador entendeu que o projeto era bom.

O Prefeito nos recebeu isso por volta das 17 horas depois da sessão da Câmara, e ME PROMETEU a liberação de 500 mil reais, na frente do Vereador Fogaça, mas em troca eu teria que viabilizar o pagamento do “guardião” do Aeroporto.

Parece brincadeira, mas é isso mesmo. Voltou à história do “guardião”. O Prefeito alegou que está no limite prudencial de gasto com pessoal e que não poderia aumentar em 250 mil anuais (estimado que fosse esse o gasto com o “guardião”) sua folha de pagamento.

Portanto agora, quando vi o Presidente da Associação Comercial anunciando que vai pedir dinheiro para o Pessuti para as reformas do Aeroporto, liguei para ele e disse. O problema do Aeroporto Sant´ana não é dinheiro para as obras de reforma e sim “guardião”.

Conversei também com o Deputado Federal Setim que foi em busca de informações do assunto e me disse que a única forma de resolver a questão de segurança, era através da Infraero, mas que seria um processo demorado por envolver um órgão envolvido no Ministério da Defesa.

Se o Pessuti mandar o dinheiro que o Prefeito prometeu liberar, pode ser que essa verba possa ser usada para pagar o “guardião” e assim Ponta Grossa volte a ter vôos diários para São Paulo.

Lauro Padilha

Presidente do Partido Verde em Ponta Grossa

Candidato a Deputado Estadual

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