A adoção de parcerias com a iniciativa privada no Parque Estadual Vila Velha, na região dos Campos Gerais, faz parte do Plano de Desenvolvimento Turístico e Uso Público em Unidades de Conservação do Estado. A Secretaria de Turismo do Governo do Paraná salienta que não se trata de privatização, mas de terceirização de atrações. Segundo a Secretaria, atualmente o Parque se constitui mais em unidade de conservação e apreciação do que em atrativo turístico.
A concessão se estenderá à exploração do turismo de aventura e ecoturismo (rapel, rafting, arvorismo etc) como também a serviços de transporte interno e refeições. Em troca, a empresa responsável terá retorno financeiro e logístico para preservação do espaço. Com a iniciativa, espera-se aumentar o número de visitantes do Parque, que chega a 70 mil turistas por ano.
O presidente do Partido Verde em Ponta Grossa, Lauro Padilha, discorda da ideia. Segundo ele, o Parque deve continuar contemplativo. “A oferta de atividades esportivas pode ser levada para outras áreas fora do Parque, mas incluídas em pacotes turísticos onde depois da visitação os turistas possam praticar”, propõe o Padilha.
Segundo a turismóloga e chefe do Departamento de Turismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Jasmine Moreira, o processo deve ser claro. “Os editais devem ser bem definidos, com todas as responsabilidades das empresas expostas. Assim, os turistas podem cobrar mais qualidade”, relata. A especialista acredita que novas opções aumentarão o tempo de permanência dos turistas no local.
“Condições que interessem ao usuário devem estar bem explícitas no edital. A fiscalização deverá ocorrer, pois os responsáveis devem zelar pelo patrimônio”, destaca o economista Emerson Hilgemberg. Segundo ele, o Parque não será vendido e, sim, a concessão dos direitos de exploração de alguns serviços.
O plano se baseia no modelo implantado pelo Governo Federal no Parque Nacional do Iguaçu, localizado em Foz do Iguaçu, no Paraná, em 1999. Na época, a empresa Cataratas S/A assumiu a exploração de seis áreas de visitação e do sistema de transporte interno.
No entanto, o geólogo e professor doutor do Departamento de Geociências da UEPG, Mário Sérgio de Mello, ressalta diferenças entre o Parque Iguaçu e o Parque Vila Velha. “Deve-se considerar que pessoas do mundo inteiro vêm a Foz do Iguaçu só para ver as cataratas. É um apelo muito forte. Vila Velha, ao contrário, precisaria ser associada a um conjunto de atrativos locais, que potencializassem o interesse do visitante”, afirmou.
Sobre o risco de prejuízo para o patrimônio natural, o geólogo e professor do Departamento de Geociências da UEPG, Gilson Burigo, afirma que tudo depende de quais atividades serão permitidas no Parque. “Em casos específicos, consultas a especialistas devem ocorrer para avaliar ‘o quê’, ‘onde’, ‘de que jeito’, ‘com que frequência’, pode (ou não) determinada atividade ser realizada”, comentou o geólogo. “A realização de rapel em basaltos (Parque Iguaçu) não tem o mesmo impacto do que ocorreria em arenitos com um relevo ruiniforme (Parque Vila Velha). Seria necessário avaliar criticamente a permissão da prática”, exemplificou.
O início das ações no Parque Estadual Vila Velha tem previsão para o fim deste ano. O processo inclui também os Parques do Monge, na Lapa, e Guartelá, em Tibagi, além da Ilha do Mel, no litoral. Outras 24 áreas de conservação também poderão fazer parte do projeto futuramente.
Fonte: TAMIRIS BUSATO
http://www.portalcomunitario.jor.br/index.php?option=com_content&view=article&id=540:especialistas-defendem-editais-bem-definidos-na-concessao-do-parque-vila-velha&catid=143:noticias-da-camara&Itemid=605
Maioria dos vereadores mostra-se favorável à concessão do Parque Vila Velha para iniciativa privada
A concessão de serviços e atrações à iniciativa privada no Parque Estadual Vila Velha, na região dos Campos Gerais, vem de uma ação do Governo do estado. Transporte interno, alimentação, práticas de aventura, ecoturismo e esportes radicais fazem parte dos serviços que poderão ser explorados por empresas privadas. Consulta aos vereadores de Ponta Grossa mostra que a maioria possui opinião favorável à concessão. Dos 12 parlamentares encontrados pela reportagem do Portal Comunitário, 10 defenderam a proposta e dois disseram ser contrários.
Para o vereador George Luiz de Oliveira (PMN), a fiscalização municipal determinará o sucesso do projeto. “Devemos ficar atentos aos moldes em que o processo licitatório será feito, para melhor contemplar o município”, afirmou. Segundo George, os serviços do Parque irão melhorar com o empreendimento e surgirão novas opções de lazer.
Segundo o vice-presidente da Câmara, Júlio Kuller (PPS), a ação aprimora a estrutura do ponto turístico. “O poder público não mostrou condições para divulgar o turismo na região. Se os investimentos da iniciativa forem usados de forma correta, a estrutura, manutenção e o volume de visitantes aumentarão”, disse.
Já a vereadora Ana Maria de Holleben (PT) disse ser “terminantemente contra” a proposta. Para ela, o local deve ser administrado pelo Estado, pois pertence à cidade. “Não sou a favor de empresas particulares ganharem dinheiro em cima de uma riqueza milenar dos Campos Gerais. Municípios menores administram seus pontos turísticos. Por que Ponta Grossa não conseguiria?”, destacou.
O vereador Pascoal Adura (PMDB) também disse discordar da concessão. “O Parque Estadual Vila Velha pertence à Ponta Grossa. Deveria ser concedido ao município”, declara. No entanto, o vereador ressaltou a necessidade de melhorias no local: “O Parque deve ser mais bem cuidado pela sua importância. O município deveria investir em revitalizações e mais recursos”.
O único que destacou o possível aumento nos custos para os visitantes foi o Vereador Alisson Zampieri (PPS). “Acredito que os investimentos vão beneficiar o Parque e o município. O preço para entrar no espaço, provavelmente, vai aumentar. Mas, acho que o número de visitantes também subirá”, comentou. Atualmente, a entrada custa R$ 18, 00 por pessoa.
Fonte: TAMIRIS BUSATO
Copiado do Blog do Padilha
http://lauropadilha.blogspot.com/2011/05/especialistas-defendem-editais-bem.html
Parque de Vila Velha: Turismo radical ou contemplação? (I)
ResponderExcluirÉ claro que mais dia menos dia o Parque de Vila Velha teria que ser incrementado. Privatizar no Brasil é sempre arriscado quando se trata de ambientes a serem preservados, pois há o risco de, pela busca do lucro, perderem-se os parâmetros e tudo acabar em desvios, corrupção e degradação.
Acredito que a iniciativa deve procurar em nosso estado vizinho Santa Catarina formas de fazerem uma iniciativa de sucesso, pois para se ter um exemplo, a XXIII Festa do Pinhão de Lajes são 11 dias de festança, com 140 shows, gastronomia, os maiores nomes da música, concursos,ocorre agora em junho de 16 a 26 e hoje já não se acha vagas em hotéis e pousadas, a fórmula do sucesso está naquilo que se agrega à festa, pois além do pinhão (tão conhecido e festejado no Paraná) que é apenas o motivo básico da festa, toda a estrutura é direcionada a atrair turistas de todo o Brasil.
continua...
Parque de Vila Velha: Turismo radical ou contemplação? (II)
ResponderExcluirEm se tratando de Vila Velha, a iniciativa de privatizar é respeitável, entretanto deve-se levar em conta a falta de tradição e empenho do Estado do Paraná no quesito turismo. Enquanto mantivermos a postura contemplativa do turismo, tudo no Paraná acabará como nosso litoral, abandonado e pouco prestigiado pelos paranaenses que “endeusam” as praias de Santa Catarina.
Para tanto, além de orientação ao aspecto arquitetônico, paisagístico que não agrida a beleza já existente (como geralmente ocorre) a infra-estrutura de segurança, acessibilidade, locomoção rápida, resgate, alimentação, transporte e hospedagem devem também ser um dos pontos altos nessa “privatização”, sendo esta a condição “sine qua non” do sucesso do Parque, pois deixa-lo à mercê somente de “turistas curitibanos e cercanias” que fazem turismo de vai-almoça-volta, com certeza estará fadado a não progredir, como nunca progrediu nada no Parque até hoje.
Acredito que em turismo não existe o meio termo apregoado pelo estado em editalMas se tivermos que fazer, façamos bem feito, vamos dar um passo que seja firme e grande, não cometamos os erros das concessões das rodovias, (também não foram privatizadas) com empresas que só fazem maquiagem e não têm compromisso com o investimento, é necessário que seja algo definitivo pois, não existe margem de erros, errar em turismo é pecar para sempre, sem perdão, não há como voltar. Se tal ocorrer com o Parque, com certeza estaremos sempre vendo as placas trazeiras dos veículos de turistas paranaenses em direção ao pujante (no turismo) estado vizinho, como está ocorrendo. Espero que não!