* O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
* Não se preocupe em 'entender'. Viver ultrapassa todo entendimento.
* Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata".
* Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro...
* A vida é igual em toda a parte e o que é necessário é a gente ser a gente.
* Tenho que falar pois falar salva. Mas não tenho uma só palavra a dizer.
* Há três coisas para as quais nasci e para as quais eu dou minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos.
* Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada.
* Renda-se, como eu me rendi.
* Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei.
* Eu sou uma pergunta.
9 de dezembro de 2008, fez 31 anos que Clarice Lispector morreu. Nascida em Tchetchenillk, na Ucrânia, em 1925, ela mudou-se bem pequena com a família para o Brasil. E nunca mais voltou à pequena aldeia onde nascera. Órfã de mãe aos 12 anos, Clarice começou a escrever contos logo que foi alfabetizada. Fez Direito no Rio de Janeiro e assim que concluiu o curso começou a colaborar em jornais cariocas. Em 1943, Clarice casou-se com um colega de faculdade, diplomata de carreira. No ano seguinte publicou sua primeira obra: "Perto do coração selvagem". Clarice viveu 15 anos fora do Brasil, acompanhando o marido em viagens. Separada, voltou a morar no Rio. Descobriu que estava com câncer em novembro de 1977. No mês seguinte, um dia antes de completar 57 anos, morreu em plena atividade literária.
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