quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

O Fascismo NÃO é de direita. Entenda


O  fascismo, o nazismo e o comunismo passam longe de qualquer ideal  de direita (liberal ou conservadora) devido à total supressão das liberdades individuais, interferência estatal na vida econômica e falência da democracia.


Muitos leitores devem ter achado o título do texto estranho. Não é para menos. Desde o colégio até a faculdade, ouvimos dos nossos “professores” que o fascismo é de direita, que Cuba é um paraíso social e que os EUA e o capitalismo são responsáveis por todas as desgraças da humanidade.  Para entendermos que não há lógica entre associar o fascismo com a direita (entendida como liberal ou conservadora), precisamos primeiro entender rapidamente o que é ser de direita.



Basicamente ser de direita é defender a liberdade individual, o livre mercado como fonte de criação de riqueza e redução de pobreza, e menor interferência possível do Estado na vida econômica, política, social e cultural do país nos limites da democracia.  Já para a esquerda, os ideais de igualdade se colocam acima das liberdades individuais, o foco é no coletivo e o Estado tem papel ativo e vital nas esferas econômicas, políticas e culturais de uma nação. Em outras palavras, enquanto para a direita, a organização da sociedade se dá pelas livres trocas entre os indivíduos, para a esquerda, essa organização está principalmente a cargo do Estado.

Isso posto, e recorrendo ao mínimo de lógica, se ser de direita é desejar um Estado mínimo, livre mercado e democracia, como é que os liberais e os conservadores podem ser associados ao fascismo, regime marcado pela alta participação estatal na sociedade e supressão absoluta das liberdades individuais (leia aqui o que é fascismo por Flávio Flavio Morgenstern). Além disso, vale lembrar que a palavra NAZISMO advém de SOCIALISMO e o partido de Hitler era Socialista!, como observado na  entrevista de Bill Whittle (veja o vídeo aqui).

É evidente que os regimes nazifascistas ao promoveram a supressão de todas as liberdades individuais estão muito mais próximos de regimes totalitários de esquerda do que os ideais da direita liberal ou conservadora.  Se claramente há uma diferença de essência entre a direita com qualquer regime totalitário, então, da onde vem essa associação da direita liberal/conservadora com os regimes nazifascistas? 

Provavelmente, a associação decorre do fato de que esses regimes eram contra a Rússia comunista pouco antes da segunda guerra mundial. Mas isso não significa que ser contra o comunismo, é ser automaticamente a favor do fascismo e do nazismo como se não houvesse outras opções. Aqui não vale a lógica de que o inimigo do meu inimigo é meu amigo. Os regimes nazifascistas entraram em guerra com os regimes comunistas não pela defesa das liberdades individuais, mas sim pelas disputas político-militares que só visavam ao fortalecimento do Partido-Estado. Novamente, o comunismo, o fascismo e o nazismo passam longe de qualquer ideal liberal ou conservador devido à total supressão das liberdades individuais, interferência estatal na vida econômica e falência da democracia. 

No entanto, como a Alemanha era inimiga de um regime comunista, a esquerda progressista,  espertamente seguindo a lógica de hegemonia cultural de Antônio Gramsci ( filósofo marxista), banalizou o termo e promoveu uma verdadeira guerra cultural, chamando de fascista qualquer um que fosse opositor de ideais progressistas ou socialistas (qualquer semelhança com a realidade atual brasileira e americana também é mera coincidência). 
A estratégia foi bem sucedida até certo ponto. No entanto, talvez pela própria lógica da dialética marxista, a hegemonia cultural de esquerda promoveu o seu contrário: o nascimento de uma direita jovem, liberal em comportamento, pro mercado e democrática como bem observou o filósofo Luiz Felipe Pondé (aqui). Uma direita que se identifica com Margaret Thatcher e Ronald Reagan e passa longe de qualquer ditadura, seja ela a militar ou a do politicamente correto.  

Além disso, a estratégia da rotularização ofensiva se enfraqueceu devido à própria banalização do termo fascista. Como disse o intelectual Morgenstern (veja aqui palestra), o termo fascista se descolou do seu significado original, perdendo sua força. Segundo ele, chamar alguém de fascista é como xingar a pessoa de chato. Complemento as palavras de Morgenstern dizendo que chamar alguém de fascista só serve para identificar um “debatedor” histérico, ignorante ou desonesto, que recorre a xingamentos por faltar argumentos numa discussão.

Um comentário:

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