terça-feira, 9 de julho de 2013

Atmosfera Pesada

natureza  Crédito/Fotógrafo: google imagens

Um carro a gasolina gera 25 quilos de fuligem por ano. Na Terra existem 650 milhões deles. Lata suficiente para dar a volta ao mundo 45 vezes. E empestear o planeta com mais de 1 milhão e meio de toneladas de fuligem a cada 12 meses.

Dentre todas as fontes, o carro é o que mais polui o ar. No Brasil, não se sabe quantas pessoas morrem vitimas da poluição atmosférica mas, nos EUA, são mais de 3 mil a cada ano. Comprovadamente.

As atividades humanas chutam para o ar gases tóxicos e partículas sólidas, todos os dias. São fumaça (da queima de madeira, cigarros, folhas secas e óleos de fornos domésticos e industriais), monóxido e dióxido de carbono e chumbo (dos veículos), dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio (do carvão de fornos e caldeiras), silício (das pastilhas de freio dos carros), benzeno (de indústrias químicas), borracha de pneus, poeiras, cinzas e outras emissões.

Na cúpula de muitas cidades paira uma verdadeira lama atmosférica. Embaixo dela, vivem as pessoas.

Algumas conseqüências:

Bronquite, pneumonia, enfisema, doenças cardiovasculares e alergias, alguns tipos de câncer relacionados ao benzeno e, em casos extremos, anencefalia (ausência ou atrofia do cérebro em recém-nascidos) em cidades com alta poluição do ar como Cubatão (SP) e Araucária (PR), até recentemente.

O monóxido e carbono é o mais nocivo, causando vômitos, tontura, redução dos reflexos e da acuidade visual.

O dióxido de nitrogênio, dores de garganta, tosse, falta de ar, enfisema e alergias.

O chumbo afeta os sistemas nervoso (convulsões e redução do aprendizado em crianças) renal, circulatório e reprodutor.

As partículas mais grossas sujam ruas e telhados, reduzem a absorção de raios solares, diminuem a visibilidade e provocam corrosão em metais. As partículas mais finas, chamadas aerosóis, penetram o sistema respiratório, induzindo à asma e doenças do coração.

Quando chove, esta mistura de gases e partículas é levada ao solo, rios e lagos, alterando a saúde das plantas e outros animais.

A emissão destes poluentes relacionam-se ainda com a redução da camada de ozônio, com a chuva ácida e com o efeito estufa, todos eles motivo das piores dores de cabeça de todos os ambientalistas do planeta.

Os poetas costumam usar a expressão atmosfera pesada quando querem dizer que o ambiente está tenso. Neste caso, sem poesia, a coisa está feia.

Que fazer para melhorar:

Nunca queime folhas e galhos. Enterre-os. São excelentes adubos; 

Utilize o menos possível o carro ou moto, principalmente no inverno, quando a dispersão dos poluentes é mais difícil; 

Deixe o carro ou moto pelo menos um dia da semana em casa; 

Caminhe, vá de bicicleta ou ônibus. Com 1 litro de combustível, um carro leva uma pessoa por 9 Km mas, com 1 litro de combustível, um ônibus leva 40 pessoas (1 pessoa pelo equivalente a 50 Km); 

Mantenha o veículo regulado. Evite válvulas e filtro de ar sujos; 

Use só veículos com catalisadores; 

Desligue o motor nos congestionamentos; 

Nunca fique acelerando enquanto espera o semáforo abrir; 

Descubra trajetos e horários onde o trânsito flui melhor; 

Exija das autoridades o controle das emissões de gases; 

Mobilize-se para a cidade ter relógios que marquem a qualidade do ar; 

Sugira a medição periódica do nível de gases da garagem de seu prédio; 

Não freqüente shoppings que não informem a qualidade do ar da garagem; 

Plante tantas árvores quanto possível; 

E nunca espere o vizinho começar porque ele sempre estará esperando você.


Fonte: http://www.cheida.com.br/recado.php?idrecado=96

Luiz Eduardo Cheida é médico, Deputado Estadual e Secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná. Premiado pela ONU por seus projetos ambientais é membro titular do CONAMA ( Conselho Nacional do Meio Ambiente) e do Conselho Nacional de Recursos Hídricos. Foi prefeito de Londrina e presidente da Comissão de Ecologia da Assembleia Legislativa do Paraná.

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